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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Conselho Escolar, CPM, PPP e Regimento Escolar

A escola possui Conselho Escolar e CPM escolhidos pela comunidade escolar por votação, tendo representantes de todos os segmentos da escola. Nosso CPM e o Conselho Escolar reúnem-se uma vez por mês, mas quando há necessidade, encontram-se extraordinariamente. O Conselho Escolar atual, eleito em 2012, conta com 3 pais, 3 alunos, 3 professores e 3 funcionários. O CPM, também escolhido por votação na escola em 2012, conta com 10 pais de alunos e 2 professoras.
Penso que a escola poderia estar mais aberta a participação e as novas ideias da comunidade, numa discussão mais democrática sobre as demandas da escola, de acordo com Ilma Passos, a gestão democrática implica em uma mudança de postura e valores.

A gestão democrática implica principalmente o repensar da estrutura de poder da escola, tendo em
vista sua socialização. A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o
individualismo; da reciprocidade, que elimina a exploração; da solidariedade, que supera a opressão; da
autonomia, que anula a dependência de órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais das quais
a escola é mera executora.” (Passos, 1998)]

Sobre o Regimento Escolar e o Projeto Político Pedagógico da nossa escola, percebi a diferença entre eles após as leituras no curso de Pedagogia e após as pesquisas feitas na escola. Nosso regimento tem por objetivo padronizar as escolas do município, fazendo com que desta forma, um aluno que saia de uma determinada escola e vá para outra, tenha um currículo em comum. O regimento são as normas comuns a todas as escolas da rede.
Já o PPP é o que dá a “cara” da nossa escola; é o que nos diferencia das outras. Muito justo já que as comunidades escolares são diferentes umas das outras. Então, para se montar um PPP é preciso estar dentro da lei, respeitando o regimento escolar, mas conhecer a comunidade em que está inserida a escola. Não tem como fazer isso sem trazer a comunidade para dentro da escola e fazer uma conversa para conhecer as demandas dessa população.
As novas formas têm que ser pensadas em um contexto de luta, de
correlações de força – às vezes favoráveis, às vezes desfavoráveis. Terão que
nascer no próprio "chão da escola", com apoio dos professores e pesquisadores.
Não poderão ser inventadas por alguém, longe da escota e da luta da escota.”
(grifos do autor) (Freitas 1991, p. 23)



Lembro-me que participei de reuniões e de pesquisas feitas pela equipe diretiva, mas como a maioria dos meus colegas de trabalho, não dei muita atenção aos fatos pois para mim era apenas mais uma burocracia que precisava ser cumprida e engavetada, como tantas outras. Não tinha ciência de que o PPP pode e deve ser alterado quando necessário, para atender as necessidades da comunidade escolar. Na verdade, descobri que o nosso PPP é revisado e alterado a cada 2 anos, sendo 2014 o ano para a nova reestruturação do nosso PPP.

o projeto político-pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos
de ensino e de atividades diversas. O projeto não é algo que é construído e em seguida arquivado ou
encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele é
construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da
escola.(Passo, 1998)



Então fiz uma pesquisa entre meus colegas de trabalho para saber o que eles conheciam a respeito do nosso PPP. Não foi surpresa para mim constatar que nenhum funcionário da escola e nenhum dos pais que entrevistei conhecia seu conteúdo e apenas 3 colegas professores deram alguma opinião sobre o nosso PPP.
O primeiro professor a comentá-lo (professor de Educação Física) apenas reivindicou que ele contemplasse o ensino de música na escola, enquanto currículo.
A segunda professora, da EJA, séries iniciais, disse o seguinte: “De maneira bem rápida, posso te dizer que a filosofia da Escola Fraga sempre é usada por mim para trabalhar em sala de aula com os alunos da EJA, porque ela é muito bonita de sentido! E clara, na escrita. Ajuda a gente a discutir o que é e para quê pode servir este retorno aos estudos. Porém, este ano, nas oportunidades de paralisação nacional, ficou bem claro que nossa linda filosofia não passa do papel e que a vivência de cidadania, embora tenha que ser trabalhada por cada um de nós, não é para ser 'vivido'. Fiquei com uma enorme pulga atrás da orelha e estou repensando esta escrita. Agora, se eu fosse ler o nosso PPP, na íntegra, como tive que fazer com o PPP da EMEI em que atuo, talvez, outros aspectos me chamassem a atenção.”
A terceira professora me colocou suas ideias da seguinte forma: ”Acredito que falte uma lista de ações a ser tomadas com os alunos que não respeitam as regras, os colegas e os professores. Assim como, a leis no nosso cotidiano, as medidas sócios educativas deveriam levar os alunos a mudarem seu comportamento, pois o "não dá nada" nunca esteve em tão em voga como atualmente.”
A nossa orientadora também fez questão de salientar que “o ponto mais importante é o momento da construção do PPP quando todos os segmentos da Escola são envolvidos. E o que falta ser contemplado neste documento ainda é a efetivação do mesmo por todo o grupo ou seja, colocá-lo em prática” e a nossa supervisora completou dizendo que “o ponto mais importante foi a confecção dele, porque a essência do que consta nele foi retirada das pesquisas que foram todas tabeladas e levadas em consideração na hora de colocar o PPP no papel. Então somente transcrevi os anseios, os sonhos, a realidade de nossa comunidade escolar.
Na minha opinião, o que falta não é no documento, mas sim no comprometimento de TODOS os profissionais envolvido em nossa escola para que tudo o que almejamos seja realmente cumprido”.
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um
período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa
que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto
educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As
promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus
atores e autores. “(Gadotti1994, )

Depois destas falas, resolvi dar uma olhada no nosso PPP e vi como esse documento é importante e como ele rege as nossas ações dentro da escola. Nele há o histórico da escola e da comunidade, a filosofia, os objetivos, as finalidades, as atribuições de cada membro desta comunidade, os direitos e deveres de cada segmento, o currículo, as linhas metodológicas, os recursos, os projetos, as metas, as ações, as avaliações... enfim, é de fato um documento de respeito, pela complexidade que se tem para elaborá-lo a partir das pesquisas e da colaboração e participação de todos os envolvidos de cada segmento. É muita gente para se conhecer, pesquisar, conversar e tirar dali a gestão do espaço, dos recursos e do andamento, dia-a-dia de um espaço que deve promover a inclusão social e a educação como ferramenta para a realização de um mundo melhor e de uma vida mais justa para todos.

Encerro a minha fala me dando conta de que temos que ser mais responsáveis com o trabalho que realizamos e com os documentos que lidamos. Somos seres críticos e devemos ser mais atuantes também naquelas etapas difíceis e árduas do nosso trabalho. Só assim poderemos de fato nos sentir cidadãos nesta comunidade escolar e no mundo. Nossas escolhas e nossas ações fazem sim a diferença!

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